sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Mau feitio, birra ou frustação?



Ser Mãe é um papel onde crescemos todos os dias.

Não sou a  mesma Mãe que era quando a Helena nasceu. 
Aprendi com alguns erros, esforço-me diariamente por ser melhor Mãe do que a que fui no dia anterior. 
Mudei várias vezes de  ideias quanto a formas de lidar com as diferentes situações: choros, birras, mimos, respostas menos tortas ou  acessos de raiva.

Tento interiorizar que a adulta sou eu e que tenho que me controlar mais do que as minhas filhas.  Tenho obrigação de saber gerir melhor as minhas emoções do que elas. 
E esse é ,na minha opinião, onde nós pais  mais falhamos. No admitir que a criança que temos à frente tem determinada reacção intempestiva porque não sabe lidar com determinada emoção. 
Que não sabe ainda gerir sentimentos (quem pode dizer que sabe?)
Que no momento não consegue ou não quer exteriorizar.
Que no fundo está ali alguém a pedir para que a ajudemos a lidar com a frustração e com aquilo que sente e que é maior do que o pequeno corpo que o suporta.

E o que é que tantas vezes o adulto faz?
Irrita-se, não tem paciência e falha na tarefa de ajudar a criança. Que não sendo ajudada, acumula o sentimento de frustração ... 
E tantas vezes os finais de dia são assim passados. Porque é no final do dia que a criança se permite desabar, explodir, desabafar ou  gritar com aqueles que mais lhe querem bem, com o seu porto de abrigo. 

Ainda hoje a Sara chegou da escola com o chamado "feitio de cão". Falava para ela e ela chorava, afastava-me e gritava: "Não, tu não... vai embola. Não fales pala mim!"
E se há uns anos eu era capaz de dizer algo como "Estás a ser mimada e mal educada, não me fales assim", agora sou mais paciente. 
Abracei-a e falei-lhe sempre de forma tranquila e disse-lhe que gostava muito dela, mesmo quando ela me empurrava. 

Resultado: Acabou por ceder a um abraço e não me largou durante cerca de 40 minutos. 
Na verdade ela queria o miminho da mãe, coisa que à semana é reduzido a uns míseros momentos no final do dia (míseros porque aqui em casa gostamos mesmo muito de mimo). 
Ficou deitada no meu colo, com os meus braços à volta dela e com as mãos entrelaçadas. 
Quando a dado momento retirei a mão ela de imediato a agarrou de volta. 
E assim a birra e o mau feitio de final de tarde de se transformou num momento tão bom.
E ainda tive direito a frases mágicas... Daquelas que têm poderes de fada, que nos fazem flutuar o coração:

"És a minha mamã. a minha mamãzinha. Eu goto da minha mamã!"

💓 💓 💓





Andreia Ferreira





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