Depois da Helena nascer, e enquanto crescia, todos os momentos foram vividos sem grande nostalgia em relação aos anteriores.
Cada etapa de um bebé pequenino deixa marcas profundas no coração dos pais mas numa fase inicial não há lugar nem tempo para saudades do bebé de ontem.
Porque o de hoje faz coisas novas e surpreendentes e o de amanhã está à nossa espera com episódios e momentos deliciosos!!!!!
E depois de 2 anos e meio chegou a Sara, a 2ª bebé!
E se bem que cada criança é sempre diferente da outra, já sabíamos das várias etapas que iríamos experimentar..
E mais uma vez vivemos tudo com intensidade e muita emoção.
Com a particularidade de nos encantarmos com tudo o que é de semelhante ou de diferente entre as duas.
👸👶
Mas eis que recentemente a Sara começou a andar.
E já diz tantas palavras!
E parece já tão autónoma em certas coisas...
Quer comer o iogurte sozinha, quer ir passear pela casa à aventura e já faz graçolas para nós nos rirmos.
Até já entoa algumas músicas!
E de repente caiu-me a ficha...
A minha casa está daqui a pouco a ficar vazia de bebés!
Não de crianças pequenas e amorosas, mas de bebés sim...
Caixotes de roupa pequenina foram já fechados e doados, ou então devolvidos à origem. Decidi não me prender às roupinhas e só estou mesmo a guardar algumas peças que me fazem lembrar mais determinadas fases!
Sempre quis dar um irmão à Helena (ou irmã... e que feliz que fiquei com outra menina) mas decidimos, por vários motivos, que ficará por aqui.
Não porque considere que 2 seja a conta certa, não é isso... Acho que se fosse por aí, ainda tinha outro!
Mas porque a conta certa de bebés não bate certo com outras contas... Aquelas mais frias e calculistas, rabiscadas em papel mas mais ainda rabiscadas na mente.
Mas que levamos em conta seriamente.
As contas da idade, da elasticidade financeira, do cansaço acumulado, da falta de apoio no dia-a-dia...
Engraçado como a matemática está presente nisto da maternidade..
Quem diria que uma ciência tão racional vivesse de mãos dadas com tamanha experiência emocional!
Com as minhas filhas aprendi que posso amar até ao infinito, que 1+1 não são 2, que o amor tem propriedades multiplicativas, que a atenção é divisível, que por mais fatores externos que hajam as minhas filhas serão as variáveis mais importantes de qualquer equação. . E as mais contantes...
Aprendi que são o produto do amor dos papás, família, amigos e educadoras, bem como das suas experiências.
E aprendi que a minha família surgiu de um ponto que evoluiu para uma reta, tendo-se seguido um triângulo e que culminou e estagnou num quadrado, uma figura harmoniosa e equilibrada!
Essas contas, essa Matemática... Sei-a de cor e nunca a esquecerei....
E apesar de ter decidido que ficamos por aqui, custa-me dizê-lo em voz alta.
Custa-me arrumar o último brinquedo com que a Sara já não brinca...
Custa-me que a casa não tenha por mais uma vez cheiro de bebé espalhado pela casa!!!!!
Como é inebriante o cheiro de um bebé espalhado pela casa!!!
É um aroma que apazigua, acalma e emite felicidade! Ocitocina ao rubro!!!!
Custa-me saber que não terei novamente a emoção de uma gravidez , aquele orgulho em desfilar o barrigão , a contagem das semanas de gestação, a dúvida do primeiro pontapé, os movimentos repentinos dentro da barriga...
Custa-me saber não voltarei a ter aquela sensação de felicidade plena ao olhar o bebé assim que ele nasce, o chorar descontrolado de uma emoção desmedida!!!
Custa-me o facto de saber que não terei mais um bebé sempre encostado à minha pele, satisfeito só porque está aninhado no meu colo.
Tenho e terei saudades do ar consolado com que as minhas filhas dormiam ao meu colo horas a fio...
Tenho saudades que me caibam apenas num braço...
Tenho saudades da fase em que enquanto a Helena crescia, eu dizia baixinho: "Não te preocupes, Andreia... Ainda vais viver isto mais uma vez!"
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2ª gravidez
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Andreia
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